Do concreto ao carbono zero: a revolução na construção civil

Nunca estivemos tão sob os holofotes. Ao mesmo tempo, nunca foi tão urgente repensar nossa matriz construtiva. Afinal, a construção civil ainda é uma das maiores responsáveis pelas emissões de carbono no mundo.

Mas tem uma notícia boa. Segundo dados recentes do U.S. Green Building Council (USGBC), o Brasil avançou 5% nas certificações de edifícios sustentáveis.

Já são cerca de 2,4 mil construções com o selo LEED, o que nos coloca na 9ª posição do ranking global, com mais de 2 milhões de metros quadrados certificados. Na América Latina, estamos atrás apenas do México.

É um avanço importante, mesmo que o caminho ainda seja longo. Temos pela frente desafios como a alta da taxa de juros, a reforma tributária e a dificuldade de acesso ao crédito que podem impactar o ritmo de crescimento em 2025. Mas é por isso que, mais do que nunca, precisamos apostar na inovação, na capacitação de profissionais e em práticas sustentáveis que sejam, de fato, incorporadas ao dia a dia.

Lá fora, em mercados como Europa, Ásia e América do Norte, esse modelo já é realidade. Por aqui, ele começa a ganhar cada vez mais espaço, impulsionado por leis ambientais mais rígidas e, principalmente, por consumidores que estão mais atentos e exigentes em relação à sustentabilidade.

E, com a COP30 chegando, esse movimento só tende a acelerar. O evento será uma vitrine global, uma chance de mostrarmos que o Brasil está pronto para liderar uma verdadeira transformação verde na construção civil.

E está mesmo. O interesse do país no tema é tão grande que, atendendo à uma demanda do mercado, vamos lançar este ano uma feira voltada à construção sustentável.

A Construlev Expo, organizada por nós em parceria com a Associação Brasileira de Construção Leve e Sustentável (ABCLS), estreia exatamente em novembro com foco em reunir ideias, tecnologias e soluções que vão moldar o futuro da construção no país.

A construção leve, que engloba sistemas como o drywall, steel frame, wood frame e construção modular, oferece inúmeras vantagens em termos de eficiência energética, redução de resíduos e menor impacto ambiental.

Essas soluções já amplamente adotadas mundo afora vêm ganhando mais espaço por aqui à medida em que profissionais do setor reconhecem seus benefícios. E eles estão atentos a isso.

O olhar para esse segmento se dá em um momento em que já não dá mais para insistir em modelos ultrapassados e engessados. Com a emergência climática batendo à porta e a visibilidade que a COP30 trará, a hora de agir é agora.

Artigo publicado na revista Grandes Construções, por Alexandre Brown, Diretor do Portfólio de Construção da NürnbergMesse Brasil