As informações foram repassadas durante coletiva de imprensa nessa terça-feira (24), em Fortaleza. Contudo, não foram divulgados o cronograma do plano nem os valores previstos para investimentos.
Embora o Ceará se destaque como pioneiro ao implantar um polo voltado especificamente para essa finalidade, fábricas modulares e eventos setoriais fornecem serviço semelhante no País.
Construção mais sustentável e produtiva
Segundo o setor, o projeto permite redução de custos, estimada em 20%, além de aumentar a produtividade em até oito vezes, incorporando tecnologias avançadas e práticas sustentáveis, com uma diminuição de 90% na geração de resíduos durante o processo construtivo.
Segundo Emanuel Capistrano, presidente da Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon-CE), o projeto terá início em fase experimental, com a participação de duas empresas responsáveis pela produção de kits hidráulicos e elétricos, em uma área cedida pela Federação das Indústrias do Estado (Fiec).
Uma das primeiras empresas a integrar a iniciativa será a construtora cearense J. Simões, que ainda está em fase de desenvolvimento do produto.
Nesta etapa inicial, não haverá cobrança de aluguel pelo uso do espaço. Quando as operações se expandirem, será avaliada a possibilidade de aquisição ou cessão de um novo terreno para a ampliação do empreendimento.
Como será o projeto na prática
O funcionamento do polo consiste na produção industrializada, em galpões, de todos os elementos que antes seriam fabricados diretamente no canteiro de obras. Inicialmente, empresas integrantes de uma cooperativa fabricarão kits elétricos e hidráulicos.
Na segunda etapa do projeto, a produção será ampliada para incluir banheiros pré-fabricados e fachadas industrializadas. Por fim, a terceira fase contemplará a fabricação de edificações completas.
Polo pode ser a solução para escassez de mão de obra, diz especialista
O diretor-geral do ITIE, Gilberto de Freitas, explica que o projeto surge como uma resposta aos principais desafios enfrentados atualmente pela construção civil: a escassez de profissionais, a baixa produtividade e o grande volume de resíduos gerados nos canteiros de obra.
Segundo Freitas, o modelo de negócio baseado exclusivamente na construção tradicional ainda depende fortemente da mão de obra convencional. No entanto, há uma pressão crescente, impulsionada pelas transformações sociais, que exige a reorganização dessa estrutura de trabalho.
“O modelo de negócio só baseado em construir depende do que a gente chama de peão de obra. Não tenha dúvida de que, num futuro não muito distante, você não verá mais jovens trabalhando em obras. Isso exige um novo arranjo na cadeia produtiva. Portanto, o que antes entendíamos apenas como construir, agora passa a ser construir, fabricar e montar”, avalia.
De acordo com ele, o setor já enfrenta dificuldades para contratar mão de obra, e a modernização é um passo para atrair as novas gerações.
Mín. 23° Máx. 24°