Durante sua participação no Construsummit 2025, nesta quarta-feira (04/6), Renato Lomonaco, diretor de Assuntos Econômicos da ABRAINC, apresentou uma análise detalhada sobre o cenário macroeconômico e perspectivas para o mercado imobiliário. Sua palestra, realizada na trilha "Gestão Financeira: repensando o modelo de negócio no cenário atual", ressaltou como o setor mantém um bom desempenho, apesar dos desafios impostos pelos juros elevados.
Lomonaco destacou que um mercado imobiliário saudável depende de três pilares: emprego, renda e juros baixos. Embora a taxa Selic esteja em 14,25% ao ano — um patamar elevado —, o setor da construção civil segue resiliente, impulsionado por outros fatores macroeconômicos positivos.
“O desemprego caiu quase pela metade desde 2021 e este é um critério de vendas importante”, pontuou Lomonaco, lembrando que a taxa de desocupação atingiu seu menor nível trimestral desde 2012. Ele ressaltou ainda que, historicamente, quando a economia brasileira vai bem, a construção civil impulsiona esse movimento.
Além disso, Lomonaco ressaltou que o aumento expressivo no valor dos aluguéis — uma alta de 63,6% desde 2020, frente a uma inflação acumulada de 33,5% — torna a compra de imóveis ainda mais atrativa para investidores e compradores. “O avanço no preço do aluguel é um dos principais motivos apontados em pesquisa sobre intenção de compra. A isso se soma o boom demográfico. Ou seja, observamos uma demanda crescente por imóveis no Brasil”, explicou.
Apesar do cenário favorável em diversos aspectos, Renato Lomonaco não deixou de destacar o maior desafio do momento: os juros. “Se a gente tivesse juros mais baixos, a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) seria maior”, afirmou. Ainda assim, ele acredita que, com uma boa gestão financeira, as empresas conseguem mitigar esse obstáculo e aproveitar melhor as oportunidades do setor.
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