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Banco do Brasil vê construtoras subindo até 136% na bolsa este ano

De acordo com a instituição, a medida vem em boa hora para uma “parcela da sociedade que vinha dependendo de taxas de financiamento de mercado para a aquisição do imóvel próprio, que de acordo com os dados mais recentes publicados pelo Banco Central, a média dessas operações já atinge 14,2% ao ano (a.a.)”

09/05/2025 às 12h00
Por: Redação Fonte: Valor Investe
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Banco do Brasil vê construtoras subindo até 136% na bolsa este ano

Construtoras e incorporadoras avançam em bloco na bolsa este ano, mesmo em um cenário em que parte de outros segmentos recuam no Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira. E embora várias empresas do setor imobiliário sejam recomendadas pelo Banco do Brasil (BB Investimentos) para integrar o portfólio dos investidores, alguns papéis têm a preferência da instituição, com projeção de valorização de até 136% este ano.

Em relatório publicado nesta semana, o BB cita que as elevadas taxas de juros seguem sendo citadas como principal problema da indústria da construção. Por outro lado, mudanças no MCMV anunciadas recente ampliam acesso a taxas de financiamento mais baixas para as famílias com renda mensal de até R$ 12 mil.

De acordo com a instituição, a medida vem em boa hora para uma “parcela da sociedade que vinha dependendo de taxas de financiamento de mercado para a aquisição do imóvel próprio, que de acordo com os dados mais recentes publicados pelo Banco Central, a média dessas operações já atinge 14,2% ao ano (a.a.)”.

“Esse nível não é nada convidativo, uma vez que encarece as parcelas e reduz drasticamente o seu poder de aquisição imobiliária. O Faixa 4 deve oferecer financiamentos imobiliários para essas famílias com taxas em torno de 10,5% ao ano, que embora estejam acima dos 8,16% ao ano oferecidos para famílias enquadradas na Faixa 3 (que passa a atingir aquelas com renda mensal de até R$ 8.600), se mostra muito abaixo das taxas praticadas livremente pelas instituições financeiras”, diz o relatório do banco.

Na visão da instituição, as medidas são positivas não só por disponibilizar taxas de juros mais acessíveis para uma parcela da população que não contava com linhas de crédito equivalentes às do programa MCMV, como também por usar fontes de financiamento alternativas à poupança “para auxiliar nesse momento de dificuldades de captação, como essa recente disponibilização de recursos oriundos do fundo social do pré-sal”. Com isso, o banco espera uma renovação do impulso para empreendimentos de médio padrão, contempladas no Faixa 4.

Quais ações devem se beneficiar da realização do sonho da casa própria?

De acordo com o BB, os resultados das prévias operacionais do setor relativas ao primeiro trimestre deste ano vieram em boa parte positivos. Veja a análise do BB sobre os resultados:

– Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3) trouxeram evolução em lançamentos e vendas, aliando crescimento com geração de caixa. Já a Tenda (TEND3) optou por reter lançamentos no primeiro trimestre de 2025. Apesar disso, registrou um forte ritmo de vendas líquidas, o que deve culminar em uma redução nos estoques nos resultados.
– MRV (MRVE3) até registrou elevação no ticket médio da operação doméstica, mas diminuiu o número de lançamentos e vendas, além de ter queima de caixa tanto no Brasil, como na operação norte-americana por meio de sua subsidiária Resia.
– Já relação às companhias com foco no médio e alto padrão, Cyrela (CYRE3) registrou forte crescimento de lançamentos, com a velocidade de vendas atingindo 52,6% nos últimos 12 meses, enquanto a EZTEC (EZTC3) avançou em 32% no volume de vendas líquidas em relação ao mesmo período de 2024 e redução de 15% no estoque de unidades prontas.
E quem são as preferidas?

Para todas as empresas, o Banco do Brasil tem recomendação de compra. No entanto, o banco projeta uma valorização de 136% para a MRV em relação ao preço do fechamento do papel no fim de abril. O preço-alvo, de acordo com o relatório, é de R$ 14.

Apesar disso, Felipe Mesquita, analista de investimento do BB BI, explica que as “top picks” — principais escolhas — para 2025 do setor são Cury e Direcional, mesmo diante de avaliação de uma potencial valorização menor.

A motivação, explica o analista, é que são companhias voltadas para o segmento econômi

“Assim, suas ações operam com múltiplos mais descontados, e caso o cenário projetado em nossos modelos se concretizem, podem permitir maior potencial de valorização, claro, com maior nível de risco associado a essa exposição”, diz.

Desempenho das empresas sob cobertura do Banco do Brasil

Companhia    Código    Cotação (R$) em 30/04/2025    Preço-Alvo 2025 (R$)    Potencial de valorização (%)
Cury S/A    CURY3    R$ 27,55    R$ 27,50    0%
Cyrela Realty    CYRE3    R$ 24,79    R$ 31,00    25%
Direcional    DIRR3    R$ 36,35    R$ 37,50    3%
Eztec    EZTC3    R$ 13,28    R$ 19,00    43%
JHSF Participações    JHSF3    R$ 5,13    R$ 7,50    46%
MRV    MRVE3    R$ 5,92    R$ 14,00    136%
Tenda    TEND3    R$ 16,15    R$ 18,50    15%
Fonte: Economatica e BB Investimentos | 1Com base no fechamento de 30/04/2025
Na visão do BB BI, MRV é uma das companhias do setor que tem operado com maior nível de desconto atualmente e, por isso, se tem a maior margem de alta em relação ao preço-alvo. No entanto, a instituição enxerga um maior grau de risco atribuído à empresa em função do seu elevado endividamento, majoritariamente formado em função do cenário de custos pressionado no pós pandemia; e pela aposta da companhia na operação norte-americana, em que se esperava um cenário de arrefecimento de juros mais rápido, que não ocorreu, e consequentemente comprometeu sua capacidade de geração de caixa no curto prazo.

“Nosso modelo sugere um maior potencial de valorização para MRV, partindo do principio que a operação doméstica da companhia é bastante diversificada geograficamente no Brasil, tem apresentado resultados fortes, e que gradativamente ela tende a ser capaz de trazer o endividamento da companhia para níveis próximos das médias do mercado; enquanto a operação da Resia se reestrutura, isso reduz sua necessidade de caixa até que o cenário de juros globais se mostre mais favorável para absorção de seus empreendimentos”, finaliza.

No entanto, Mesquita ressalta que qualquer cenário divergente em relação ao esperado pode levar o BB BI a reduzir as projeções de lucro para a companhia.

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