A Associação Brasileira das Empresa de Elevadores (ABEEL) estima que existem 400 mil elevadores em operação no País e o plano das companhias que atuam no setor é que eles sejam cada vez mais modernos. Uma das porta-vozes deste movimento é a Daiken Elevadores, fabricante fundada há 30 anos e que vende cerca de 150 equipamentos por mês.
Nos últimos anos, Fabrício Serbake, diretor comercial da companhia, notou uma descentralização no segmento. “Era um mercado fechado, com apenas três fabricantes multinacionais. Hoje, temos muitas marcas, inclusive brasileiras, cada uma focada em aspectos específicos da produção”.
Serbake viajou de Curitiba, onde a Daiken construiu uma indústria, e viajou até São Paulo para ser um dos expositores da 9ª edição da Expo Elevador, um evento que reuniu mais de 100 empresas nacionais e companhias vindas da China, Turquia, Argentina, Chile. Entre os dias 06 e 08 de maio, executivos e empresários do setor debatem novidades sobre o tema na capital paulista.
Inteligência artificial nos elevadores
Entre as novidades apresentadas no evento, estão soluções que prometem aumentar a autonomia, portas mais resistentes e elevadores que suportam ainda mais usuários de uma só vez. Também se destacam equipamentos que utilizam novos materiais construtivos e inovações relacionadas à internet das coisas e à inteligência artificial.
“A IA está crescendo em todos os setores e o mercado vem exigindo cada vez mais expertise das fornecedoras”, aponta Ederson Silva, CEO da ElevaUP, que desenvolveu uma plataforma baseada em IA generativa para ajudar técnicos durante a manutenção de elevadores. Na prática, é uma espécie de ChatGPT, mas segmentada e focada em cuidados com o elevador. “Simplificamos a solução dos problemas com embasamento no laudo técnico”, resume.
Outra empresa surfando a tendência da IA é a Musca Tecnologia, que conecta o elevador à nuvem e o integra a bancos de dados locais para calcular o risco de enchentes, tempestades e desnivelamentos na região em que o prédio está localizado, além da qualidade da energia elétrica e eventuais problemas que ele possa ter.
“Permitimos que os técnicos enxerguem e resolvam estes contratempos de forma remota”, comenta Mario Santos, CEO da empresa. “Com esta tecnologia, os elevadores passam menos tempo parados. Diminuímos o risco de desastres naturais e ajudamos a melhorar a segurança e a eficiência do equipamento, aumentando o tempo de vida útil dele”, argumenta.
Mercado bilionário
No gráfico de faturamento do setor, os elevadores apertaram o botão de subir. De acordo com dados da Elevator & Escalator Market Size, da consultoria Arizton Advisory & Intelligence, o segmento movimentou 2,7 bilhões (cerca de R$ 14 bilhões) em 2024 e a expectativa é que nos próximos anos este valor se torne mais significativo, impulsionado pelo avanço nos lançamentos imobiliários e por programas, como o Minha Casa, Minha Vida.
“A verticalização imobiliária é a grande força motriz deste segmento”, analisa Daniel Almeida, gerente geral da ExpoElevador 2025. “O setor passa por um processo de aporte de novas tecnologias, como o monitoramento remoto do elevador por IA e IoT. Isso possibilitará, por exemplo, que, se o passageiro ficar preso, ele seja liberado remotamente em minutos”, ilustra o executivo.
Almeida destaca, também, a redução da necessidade de espaços em novos elevadores em projetos imobiliários. “As máquinas agora são menores, mas mais potentes. Assim, não há mais necessidade de espaço reservado para casa das máquinas, o que diminui a área construída e, consequentemente, o custo”, comenta.
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