O mercado imobiliário brasileiro vive um momento de inflexão. Com mais de R$ 15 bilhões em ativos digitais imobiliários tokenizados apenas em 2024, o país consolida uma tendência que vem ganhando força globalmente: a conversão de imóveis físicos em representações digitais lastreadas, utilizadas como base em estruturas contratuais e financeiras sofisticadas.
Estudos internacionais indicam que o mercado global de ativos tokenizados pode atingir US$5 trilhões até o fim da década, sendo o setor imobiliário um dos protagonistas desse movimento. No Brasil, o avanço ocorre com velocidade surpreendente, especialmente quando impulsionado por operadores que unificam tecnologia, governança e estrutura jurídica robusta.
Nesse cenário, a Aluguel Virtual desponta como uma das referências no segmento. Criada em 2021, a empresa já superou R$ 4 bilhões em ativos digitais imobiliários sob gestão e atua com um modelo que mantém o imóvel em nome do proprietário, permitindo ao mesmo tempo a geração de uma renda mensal fixa por até 20 anos, com base em contratos que envolvem a cessão de ativos digitais lastreados nos imóveis.
O imóvel segue ocupado — seja pelo próprio dono ou por um inquilino — e não é transferido de titularidade. A segurança da operação é assegurada por meio da alienação fiduciária, registrada em cartório, garantindo previsibilidade e controle sobre o ativo. O aluguel mensal é calculado a partir de uma avaliação técnica, geralmente entre 0,3% e 0,5% do valor de mercado do imóvel, e inclui cláusulas que reforçam a estabilidade da renda, como bônus anual.
A estrutura da emrpesa também chama atenção pelo número de players institucionais envolvidos. Atualmente, 62 fundos de investimento — nacionais e internacionais — disputam ativamente os contratos de ativos digitais imobiliários disponibilizados na plataforma. Essa concorrência entre fundos contribui para a valorização das propostas e aumenta o nível de seleção dos imóveis tokenizáveis.
Outro fator de crescimento é o estabelecimento de parcerias estratégicas com construtoras e empresas especializadas em recuperação de imóveis que seriam encaminhados para leilão. Essas parcerias têm ampliado a oferta de ativos com alto potencial de lastro, alimentando a base de contratos e permitindo que a empresa projete, com consistência, atingir R$ 25 bilhões em ativos tokenizados até o final de 2025.
A adoção do modelo também se estende a imóveis que antes não geravam receita direta, como terrenos urbanos e propriedades subutilizadas. Para muitos proprietários, a tokenização representa uma alternativa eficiente para gerar fluxo de caixa sem abrir mão da posse do imóvel — um arranjo que até pouco tempo atrás não estava disponível no mercado brasileiro.
Embora ainda exista espaço para amadurecimento legal e normativo, a estrutura contratual privada da tokenização de ativos digitais imobiliários tem avançado com rapidez, impulsionada pela aceitação de fundos, construtoras e investidores institucionais. O que até recentemente parecia um experimento técnico, agora ganha contornos de política de portfólio para quem busca novas formas de acessar valor imobiliário.
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