A representatividade feminina na indústria da construção civil vem crescendo nos últimos anos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, no ano passado, 20,2% das 110.921 novas vagas criadas no setor foram ocupadas por mulheres.
O percentual representa um avanço na comparação com anos anteriores. Em 2023, o índice de mulheres na construção civil era de 14,6% e, em 2022, de apenas 12,2%. Esse crescimento é comemorado pelo Sinduscon Joinville, que elegeu, em 2024, pela primeira vez em mais de 75 anos, uma mulher para a presidência.
À frente do sindicato, a arquiteta e urbanista Ana Rita Vieira é filha de engenheira civil e cresceu vendo a mãe nos canteiros de obra. Hoje, ela é empresária do setor e concorda que há espaço ainda maior para as mulheres nos canteiros de obras. “As mulheres são detalhistas e a construção civil já não é mais um setor pesado ou insalubre como se costumava pensar. A industrialização, a modernização dos processos e o desenvolvimento de novos materiais facilitaram a rotina as obras, permitindo que o trabalho seja executado por todas nós”, diz ela.
A Rais (Relação Anual de Informações Sociais) divulgada pelo Ministério do Trabalho confirma a tendência de mudanças no setor. Em 2010, 7,8% dos trabalhadores formais da indústria da construção civil eram mulheres, cerca de 207 mil em um universo de 2,6 milhões de profissionais. Em 2021, a força de trabalho feminina passou para 10,85%, ou seja, mais de 250 mil mulheres.
Maria Iris dos Santos é uma delas. Começou cedo, ajudando o irmão no Norte do país e, da “diversão”, fez sua atual profissão. Há 7 anos, trabalha na construção civil e vê nobreza na possibilidade de fazer “casas para as pessoas morarem”. Em Joinville há 6 anos, quando chegou em busca de melhores oportunidades de emprego, Maria trabalha como ajudante da construção civil em uma construtora da cidade. “O que sempre me fascinou foi a construção civil”, garante.
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