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Copom segue o guidance e eleva Selic em 1 p.p., a 13,25% ao ano

Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) esperam que a Selic feche 2025 no patamar de 15% ao ano, mostra o último Boletim Focus

30/01/2025 às 08h30
Por: Redação Fonte: Money Times
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Copom segue o guidance e eleva Selic em 1 p.p., a 13,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 1 ponto percentual (p.p.), na reunião desta quarta-feira (29). A taxa básica de juros saiu de 12,25% para 13,25% ao ano — o maior patamar desde setembro de 2023.

Na reunião passada, o Comitê também elevou a taxa em 1 p.p. e, inclusive, antecipou mais duas altas da mesma magnitude em cada uma das duas primeiras reuniões de 2025.

Com o guidance dado, o ajuste veio em linha com as projeções do mercado. As Opções de Copom precificavam um aumento de 1 p.p. nesta reunião a R$ 97,10 — quanto maior o preço, maior a expectativa para o cenário.

Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) esperam que a Selic feche 2025 no patamar de 15% ao ano, mostra o último Boletim Focus.

A trajetória da Selic

O Copom deu início ao aperto monetário na reunião de setembro, quando elevou a Selic de 10,50% para 10,75% e, depois, realizou mais um ajuste de 0,50 p.p. e outro de 1 p.p. Nos dois encontros anteriores, de junho e julho, o Comitê do BC manteve a taxa estável.

De agosto de 2023 a maio de 2024, a autarquia passou por um período de flexibilização da política monetária. O ciclo contou com uma redução de 0,25 p.p. e outras seis de 0,50 p.p.

Antes de iniciar a flexibilização, o BC manteve a Selic em 13,75% por um ano, iniciado em agosto de 2022. O ciclo de aperto monetário, que precedeu essa pausa, começou em março de 2021 e seguiu por 12 reuniões.

Na íntegra

 

Copom eleva a taxa Selic para 13,25% a.a.


O ambiente externo permanece desafiador em função, principalmente, da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, o que suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo. A inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação e novamente apresentaram elevação nas divulgações mais recentes.

As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se de forma relevante e situam-se em 5,5% e 4,2%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o terceiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 4,0% no cenário de referência (Tabela 1).

Persiste uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) impactos sobre o cenário de inflação de uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada; e (ii) um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais.

O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes.

O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista.

O Copom então decidiu elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 13,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

Tabela 1

Projeções de inflação no cenário de referência

Variação do IPCA acumulada em quatro trimestres (%)

Índice de preços

2025

3º tri 2026

IPCA

5,2

4,0

IPCA livres

5,2

3,8

IPCA administrados

5,2

4,6

No cenário de referência, a trajetória para a taxa de juros é extraída da pesquisa Focus e a taxa de câmbio parte de R$6,00/US$, evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC). O preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente. Além disso, adota-se a hipótese de bandeira tarifária “verde" em dezembro de 2025. O valor para o câmbio foi obtido pelo procedimento usual.

 

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