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Piscina no rooftop: nova estrela dos residenciais

Item de lazer mais desejado pelos clientes do mercado paulistano, ela ganhou sofisticação e escalou os andares para brilhar no topo dos empreendimentos

27/01/2025 às 09h30
Por: Redação Fonte: Valor Econômico
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Elas saíram dos fundos dos condomínios nos anos 1990 para ganhar o topo dos prédios na última década. Com design mais sofisticado, arquitetura ousada, paisagismo que cria atmosferas únicas e complementadas por “amenities” como lounges e bares, as piscinas tornaram-se as grandes protagonistas do lazer nos empreendimentos de alto padrão da capital paulista.

“A posição das piscinas foi sendo alterada nos projetos residenciais: saiu da sombra na parte de trás para um lugar mais ensolarado. Depois, elas ganharam raia para natação, uma versão indoor para uso à noite e, mais recentemente, escalaram para o rooftop, onde ficaram mais arrojadas”, analisa Luciano Amaral, CEO da Benx Incorporadora.

No Vogel Moema, próximo lançamento da Benx na Zona Sul da cidade, a piscina ficará projetada para fora da fachada. “Parece que ela está pendurada no prédio”, antecipa Amaral.

Na visão do executivo, a valorização do equipamento atende a um novo comportamento dos moradores da capital, que passaram a buscar lazer e outros espaços nos condomínios que facilitem a rotina e ajudem a contornar questões comuns da cidade, como mobilidade e segurança.

“Poder nadar na piscina do prédio, ter uma academia profissional e contar com espaço pet e salão de beleza são fatores que se tornaram fundamentais”, afirma.

Nas alturas
A Eztec também tem apostado no lazer nas alturas como diferencial competitivo. Tanto que, nos últimos sete anos, lançou 15 empreendimentos com essa característica.

“Além de acelerar as vendas, a piscina no rooftop permite oferecer algo complementar, como ‘lounges’, bares e espaço gourmet”, explica Tellio Totaro Jr., superintendente executivo de Incorporação da Eztec.

No recém-entregue Air Brooklin, por exemplo, com projeto do arquiteto uruguaio Carlos Ott, além da piscina com raia de 25 metros, prainha e hidromassagem, o terraço tem dois espaços para gastronomia e um “sky bar”, com vista para a Ponte Estaiada, na Marginal Pinheiros. Tudo isso no 34º pavimento, a mais de cem metros de altura.

Mergulhar na piscina e ainda desfrutar de uma vista cinematográfica da cidade também é um atributo do Ayra Pinheiros, da SKR Incorporadora, na Zona Oeste. O projeto de Angelo Bucci, da SPBR Arquitetos, tem piscina e “sky lounge” no 25º andar e oferece um panorama de 360º para os moradores.

“É o espaço mais frequentado do prédio. Em todas as pesquisas de mercado, a piscina sempre aparece como primeiro item de desejo. Neste caso, decidimos colocá-la no topo”, diz João Leonardo Castro, diretor de Incorporação da SKR.

A escolha por sacrificar as unidades de cobertura mais valiosas e substituí-las por uma área de uso comum foi embasada na intenção de democratizar o espaço e compartilhar o prazer da vista. “Seria fácil fazer ali apartamentos duplex e privilegiar alguns poucos clientes, mas achamos que é uma área muito nobre e que deveria estar disponível para todos, valorizando o prédio inteiro”, conta Castro.

O apelo pelo lazer ao ar livre cresceu bastante nos anos pós-pandêmicos, período em que as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa, destaca Andrea Bellinazzi, diretora de Inteligência de Mercado e Dados na Tegra Incorporadora. “Por isso, uma área de lazer externa bem integrada tornou-se um dos principais desejos dos consumidores hoje em dia.”

Segundo a executiva, a piscina foi beneficiada pela tendência de valorização dos ambientes ao ar livre, ganhando design diferenciado e localizações mais privilegiadas pela luminosidade solar. “Em rooftops, espaços destinados à confraternização ou à prática de esportes qualificam ainda mais essa experiência”, complementa Andrea.

No Ária Higienópolis, lançamento da marca na região central da cidade, com assinatura do escritório LE Arquitetos, a piscina ficará em balanço, fazendo parte da fachada, e terá um bar, visando atender o público-alvo do bairro.

“Cada projeto imobiliário tem sua especificidade e permite arranjos próprios de acordo com o perfil do morador e das condições locais. De uma maneira geral, entendemos que o rooftop é bem aceito em empreendimentos para o público ‘single’ ou aquele que tem uma vida conectada ao entorno”, analisa.

A diretora da Tegra comenta que não há receita pronta que associe a piscina no rooftop à valorização imediata do empreendimento. Mas que, no caso do Ária Higienópolis, ela passou a ser um ativo relevante. “Com bar anexo e vista para a cidade, qualificamos o potencial de uso da piscina: desde apreciar o pôr do sol em um dia comum até aproveitar uma tarde ensolarada no final de semana.”

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