O setor da construção civil no Brasil registrou, em outubro de 2024, a maior utilização da capacidade operacional (UCO) para o mês, nos últimos 11 anos. Segundo a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta segunda-feira (25/11) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o índice atingiu 70%, um crescimento de três pontos percentuais em relação a setembro e seis pontos acima da média histórica de outubro, que é de 64%.
“O setor está vivendo um momento importante, com crescimento significativo nas contratações e na compra de materiais ligados à construção, sobretudo com relação à construção de edifícios, que ganhou impulso com as mudanças realizadas no programa Minha Casa, Minha Vida, que acontecem desde o fim do ano passado”, avalia o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
A sondagem registrou um aumento de capacidade operacional em todos os segmentos. Construção de edifícios alcançou 64% (média histórica de 61%), obras de infraestrutura atingiram 68% (média de 62%), e serviços especializados para a construção registraram 71% (média de 66%).
O índice de evolução do nível de atividade ficou em 48,7 pontos, acima da média histórica de 47,7 para outubro, indicando que os empresários avaliaram o desempenho do setor como melhor que o usual. O índice de evolução do emprego também teve crescimento, fechando o mês em 47,5 pontos, 1,2 ponto acima da média histórica. Os segmentos de obras de infraestrutura e serviços especializados para construção foram os mais destacados, enquanto o segmento de construção de edifícios ficou abaixo da média.
Expectativas recuam
Apesar dos resultados positivos de outubro, a confiança dos empresários recuou em novembro. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção caiu 0,7 ponto, fechando em 53,8, ainda acima da linha de 50 pontos, que indica otimismo. A piora na avaliação das condições atuais e das expectativas futuras contribuiu para a queda. Entre os segmentos, apenas obras de infraestrutura registraram aumento na confiança.
Além disso, os índices de expectativa para os próximos seis meses também diminuíram em novembro. Nível de atividade, novos empreendimentos, compras de insumos e número de empregados apresentaram quedas, embora permaneçam acima da linha divisória de 50 pontos, sinalizando expectativas ainda positivas
A intenção de investimento na construção também caiu levemente em novembro, registrando 45,8 pontos, uma queda de 0,6 ponto em relação a outubro. No entanto, o índice permanece 8 pontos acima da média histórica, evidenciando que o setor mantém interesse em expandir e modernizar suas operações.
Embora a confiança tenha recuado, o desempenho recente da indústria da construção reflete um ambiente de recuperação e crescimento, com indicadores acima das médias históricas em diversos aspectos. Para os próximos meses, o setor enfrentará o desafio de manter o ritmo de evolução, especialmente em um cenário de moderado otimismo e de ajustes nas condições econômicas.
A CNI consultou 332 empresas: 124 de pequeno porte; 143 de médio porte; e 65 de grande porte, entre os dias 1º e 12 de novembro de 2024.
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