O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, disse nesta quinta-feira (26) em visita à sede da CNN Brasil em São Paulo, que as mudanças no cenário econômico e monetário do país e a reestruturação de políticas habitacionais do governo federal fez com que o setor revisasse a margem de crescimento.
“Mudanças estruturais fizeram o crescimento da indústria da construção ser revisado para cima. Começamos na casa de 2,4% neste ano e nós agora estamos realizando para 3% até o fim de 2024. Isso em consequência de mudanças ocorridas no Minha Casa na Minha Vida, em julho de 2023, bem como a operacionalização do Marco das Garantias de Crédito, no Marco do Saneamento e, em especial, na queda da taxa de juros de 13,75% para 10,50% ao ano”, disse.
Correia detalhou que a mudança nos projetos sociais, como o MCMV, com a ampliação do valor teto para R$ 350 mil e a abrangência do programa, que passou a atender o Brasil todo.
“Além disso, as taxas de juros diferenciadas ajudaram na revisão, como 4% ao ano nas regiões norte e nordeste, 4,25% na região centro oeste e 4,5% nas regiões sul e sudeste. Na parte de obras para infraestrutura, a PEC da Transição foi possível de alocar um pouco de recursos públicos e também, esse fato, trouxe a confiança para a iniciativa privada para, através de concessões, tanto em rodovia, quanto em saneamento, aplicarem recursos para a infraestrutura do país”, pontua.
Mas, Correira disse que a mudança de direção do Comitê de Políticas Monetárias (COPOM), do Banco Central (BC) em voltar a elevar as taxas de juros, acende um sinal de alerta no setor.
“O setor estava acelerando, e a elevação dessa taxa de juros em 0,25 ponto percentual é como se você tirasse o pé do acelerador, e se continuar a crescer os juros, você vai pisando no freio na indústria da construção como um todo. Então, a gente precisa repensar caminhos para que essa taxa de juros caia para menos de um dígito”, ressalta o presidente da CBIC.
Mín. 24° Máx. 25°