Pesquisa feita pela equipe de analistas de mercado imobiliário do Santander Cotação de Santander, com 25 incorporadores listados e não-listados, mostra empresas mais otimistas no terceiro trimestre, conforme relatório divulgado pelo banco nesta semana.
A parcela de participantes que pretende acelerar lançamentos acima de 20% nos próximos 12 meses saltou de 37,5% para 56%, do segundo para o terceiro trimestre.
Houve um leve aumento das empresas que tiveram vendas ao menos 5% melhores do que o esperado por elas, de 45,6% para 48%. A parcela de incorporadoras que conseguiram atingir a meta de vendas subiu de 25% para 36%.
Para o futuro, nos próximos 12 meses, 76% das empresas consultadas planejam elevar seu volume de vendas em pelo menos 5%, e 72% querem aumentar os lançamentos no mínimo nessa proporção.
Para cumprir esse objetivo, 76% das companhias consultadas disseram estar dispostas a aumentar a compra de terrenos nos próximos 12 a 24 meses.
Mais empresas têm considerado o preço dos terrenos como estável: 45,8% concordavam com isso no segundo trimestre deste ano, e agora são 56%.
Para os analistas, liderados por Fanny Oreng, essa percepção de preços mais estáveis se deve a uma maior disponibilidade de terrenos em regiões centrais de São Paulo, onde atuam 72% da amostra pesquisada, por causa das mudanças na Lei de Zoneamento da cidade, que ampliaram o potencial construtivo.
A melhora em vendas e lançamentos tem trazido ganhos de margem. Entre as empresas consultadas pelos analistas do Santander, 40% reportaram margem bruta pelo menos 0,1 ponto acima da média dos últimos 12 meses. Segundo o relatório, a parcela de incorporadoras que tiveram ganho de margem sobe para 71,4% no segmento de baixa renda, que atua no programa Minha Casa, Minha Vida.
A equipe do Santander questionou os incorporadores sobre as duas maiores preocupações no momento. Do segundo para o terceiro trimestre, o poder de compra dos consumidores foi alçado de quarta maior preocupação para a principal questão no segmento. “Na nossa visão, isso reflete a deterioração do poder de compra que ocorreu nos últimos anos no segmento que atende a classe média”, escrevem os analistas, que também citam preocupações com o aumento da taxa Selic, elevada em 0,25 ponto nesta quarta-feira (18), para 10,75% ao ano.
A falta de mão de obra aparece como a segunda preocupação mais citada. No entanto, essa questão não tem atrapalhado de forma significativa o custo da construção, segundo a pesquisa.
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