Os fundos de investimento imobiliário (FIIs) foram o grande propulsor do crescimento do mercado imobiliário nos últimos anos, diz Edson Ferrari, diretor sênior de Mercado de Capitais e Asset Management da CBRE Brasil. Ele explica que, até 2018, a média no país era de R$ 9 bilhões por ano em transações de ativos comerciais — o que inclui shoppings, galpões, escritórios, hotéis, data center e empreendimentos multifamiliares. Entre 2019 e 2023, a média saltou para R$ 25 bilhões. De acordo com os dados da CBRE, 70% das transações nesse período vieram de FIIs.
Segundo Ferrari, a expectativa era de mais investimentos no mercado imobiliário neste ano para aproveitar o ciclo de queda de juros, num movimento de se antecipar à alta e comprar na baixa. “Mas isso não aconteceu”, comenta. “Foi uma ducha de água fria para os investidores.”
Num primeiro momento, enquanto o Brasil começou a cortar os juros, os Estados Unidos mantiveram a taxa em patamar alto. O cenário levou a uma diminuição da concorrência porque concentrou os investimentos em FIIs e multifamily offices. “Essa distensão que vemos com a reativação nas transações é muito causada pela escassez de compradores domésticos e os estrangeiros estão pouco atuantes, afastados pelos juros altos nos Estados Unidos e pela legislação brasileira, que não dá incentivos a esse nicho”, diz. De acordo com Ferrari, o quadro deve começar a mudar agora quando a taxa americana cair e a Selic subir, o que está previsto para a próxima semana conforme previsões do mercado.
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