A seção Universo Casa Vogue, da revista Casa Vogue deste mês, traz projeto de Sig Bergamin para o apartamento da empresária Virgínia Weinberg. Sócia da marca de skincare Olera, ela e os filhos, Riyo, Ata e Astro, foram os primeiros residentes a ocupar a torre Mata Atlântica, do edifício projetado por Jean Nouvel e erguido para também abrigar parte da hospedagem cinco estrelas em São Paulo, um marco na hotelaria de luxo da capital e parte do complexo Cidade Matarazzo.
“Fui a primeira compradora, em 2017, porque acreditava neste projeto fantástico”, conta Virgínia. Na verdade, ela não comprou apenas uma unidade, mas de três, que juntas somam 600 m². O local seria o pied-à-terre da família, que na época vivia em Israel. “Depois de 13 anos morando entre Sydney, Hong Kong e Tel Aviv, com vindas à terra natal como destino de férias, fazia todo o sentido ter um endereço aqui com as facilidades do serviço de um hotel”, recorda.
Natural de Patos de Minas, MG, Virgínia sempre se cercou da herança brasileira nas casas onde viveu com o marido, australiano, seja no acervo de arte com artistas nacionais, seja nas plantas tropicais e nos livros e objetos de proteção, como os patuás. Por isso, o primeiro pedido feito para Sig Bergamin, arquiteto escolhido para materializar a morada paulistana, foi um lugar cercado por referências daqui. “Escolhemos o Sig porque ele representa essa brasilidade. Queria algo não caricato, que mostrasse a beleza e a criatividade do nosso país, desde o mobiliário até o artesanato. E, principalmente, que tivesse cara de casa, mesmo em um hotel.”
Foram quase três anos de obras e 32 versões de projeto até que chegassem juntos ao desenho definitivo. Uma das dificuldades era integrar as mudanças à arquitetura do Matarazzo. “Foi um desafio imprimir a nossa linguagem sem competir com as linhas de Jean Nouvel”, lembra Sig. “Fizemos alterações pontuais de portas e circulação, buscando também diferenciar a unidade das demais”, conta o autor da proposta. Para o arquiteto, o conceito de brasilidade foi o fio condutor também na escolha das madeiras e da paleta de tons terrosos.
Todo o mobiliário veio do acervo de Virgínia, guardado por anos em um depósito no Brasil. Os espaços receberam preciosidades do design moderno brasileiro, com assinaturas de Joaquim Tenreiro, Sergio Rodrigues, Zanine Caldas, Geraldo de Barros e Giuseppe Scapinelli. Virgínia também desempacotou a coleção de arte, com peças como as luminárias esculturais de Jorge Pardo, adquiridas em uma edição da SP-Arte, na Luciana Brito Galeria, há uns bons anos. O trio ilumina a escada em espiral, que recebeu pintura bronze do Atelier Adriana e Carlota.
Ao ver o apartamento pronto, a empresária mudou de ideia e, em vez de manter o endereço de São Paulo apenas para receber a família durante as férias, decidiu instalar-se de vez no novo espaço. “Não me vejo em outro lugar”, confessa. “Ainda preciso de mais energia brasileira.”
Confira o conteúdo completo da reportagem na edição de Casa Vogue de junho, disponível em versão digital e nas melhores bancas do país.
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