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Alta demanda e oferta baixa mantêm juro do crédito imobiliário elevado, com chance de subir

O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Sandra Gamba, disse que não vê brechas para cortes nas taxas

13/05/2024 às 08h00
Por: Redação
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Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil

A queda na taxa de juro do crédito imobiliário  ainda está distante de se tornar realidade, de acordo com projeções de analistas e instituições consultados. Pelo contrário: há fatores que até pressionam os bancos a elevar os juros no curto prazo em razão da demanda aquecida por crédito e da escassez de fontes mais baratas para novos empréstimos.

O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Sandra Gamba, disse que não vê brechas para cortes nas taxas. “Com as informações que temos neste momento, a taxa de juros não tende a ser alterada”, afirmou. Questionado se acredita em movimentos de alta, Gamba disse apenas que “é preciso monitorar o mercado”.

O juro médio do crédito imobiliário para pessoas físicas com taxas de mercado está na faixa de 11,6%, segundo dados do Banco Central (BC). O patamar de dois dígitos é considerado uma barreira para a compra da casa própria, pois aumenta bastante o valor das parcelas.

Na visão do presidente da Abecip, o mercado tem se mostrado resiliente. Os financiamentos atingiram R$ 255 bilhões em 2021, R$ 241 bilhões em 2022 e R$ 251 bilhões em 2023 – os três maiores volumes da história. Para 2024 é esperado um novo recorde histórico de R$ 259 bilhões, segundo a Abecip. “O mercado continua performando de forma positiva mesmo em um ambiente de juros altos”, ressaltou Gamba.

“Vemos um tom altista para o crédito em geral. E aquela expectativa de redução vista antes começa a se dissipar”, observou Gallina. “Se continuar assim, os bancos podem rever as taxas.” Além disso, nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, reduziu o ritmo de queda da Selic de 0,5% para 0,25%. Agora a taxa Selic está em 10,5% ao ano.

Dentro do setor imobiliário, o que gera pressão de alta sobre as taxas é a estrutura do funding. Na média, 27% de recursos dos financiamentos imobiliários em 2023 tiveram origem fora das cadernetas de poupança, o que implica em um custo maior para as transações, de acordo com relatório do Bradesco BBI feito pelos analistas Bruno Mendonça, Gustavo Schroden, Pedro Lobato e Eric Ito. “Vemos essa sobrealocação próxima dos níveis de 2015 quando chegou a 28% e tivemos a pior seca de financiamentos da história”, escreveram.

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