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Em cinco anos, saldo de crédito com garantia de imóvel cresce quase 90% no Brasil

De acordo com dados da Abecip, apesar de expressivo, o crescimento ainda é inferior ao potencial desse produto, que é muito popular nos Estados Unidos e Europa

19/02/2024 às 10h00
Por: Redação
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 Legislação & Mercados - Capital Aberto
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Entre 2019 e 2023, o saldo da carteira de crédito com garantia de imóvel saltou de R$ 10,5 bi para R$ 19,7 bi no Brasil, o que equivale a um crescimento de aproximadamente 88% em apenas cinco anos. Entre 2022 e 2023, houve um aumento de 8,2% nas concessões desse empréstimo. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram que esse é um mercado em franca expansão, mas com  um grande potencial a ser explorado.


Dezembro, agosto e novembro foram os melhores meses de 2023 em número de concessões, nos quais foram emprestados R$ 647 mi, R$ 678 mi e R$ 711 mi respectivamente. Segundo Sandro Gamba, presidente da Abecip,  nos últimos anos observou-se um grande interesse da população por esse tipo de empréstimo para reorganizar dívidas. “Em anos anteriores, essa finalidade era quase total”, afirma. 


Quitar dívidas continua sendo a principal motivação dos brasileiros. No entanto, de acordo com Gamba, começam a despontar outras finalidades, como investir no seu patrimônio e construir ou reformar. 


Para o presidente da Abecip, porém, o crédito com garantia de imóvel ainda ocupa uma pequena fatia do mercado frente ao seu potencial. Especialmente se considerarmos que a grande maioria dos domicílios brasileiros eram próprios e 100% quitados em 2022 (63,8%), conforme revelou a mais recente Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


“Esse é um empréstimo que deve crescer muito mais nos próximos anos, mas ainda esbarra em alguns entraves”, explica. Segundo ele, a principal barreira é o próprio desconhecimento sobre o produto. 

Crédito com garantia de imóvel: juros baixos e maior prazo para pagar
Muito popular na Europa e nos Estados Unidos, o crédito com garantia de imóvel - também chamado home equity - é caracterizado por combinar valores altos de empréstimos, juros mais baixos a um maior prazo para pagar. Nessa modalidade de empréstimo, o cliente utiliza um imóvel como garantia. 


“Na prática, ele utiliza seu imóvel para conseguir o dinheiro que precisa sem ter que vendê-lo. O proprietário continua utilizando o imóvel normalmente, seja para morar, trabalhar ou até pode locar”, explica o Eduardo Zagonel Neves, Chief Operating Officer (COO) do Banco Bari, instituição financeira que está entre os 10 maiores players desse segmento no país, de acordo com o ranking da Abecip. “Já são mais de 10 mil clientes e mais de R$ 2,7 bilhões concedidos”, revela Zagonel. 


“Para o brasileiro, o home equity é um crédito interessante porque, com as taxas reduzidas, diminui o custo da dívida e promove um impacto positivo no endividamento das famílias brasileiras”, complementa o presidente da Abecip. Além dos juros mais baixos, outro grande diferencial é o maior prazo de pagamento. “No Bari, os clientes têm até 20 anos para quitar a dívida. Com mais tempo, as parcelas são diluídas, encaixando melhor no orçamento mensal e comprometendo menos a renda”, justifica o COO do Banco Bari. Por isso, é considerado um empréstimo saudável e inteligente.

Redução da Selic é positiva, mas ineficaz a curto prazo
Pela 5º reunião consecutiva, o  Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), reduziu a taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano. A decisão, já esperada pelo mercado, foi anunciada no primeiro encontro de 2024, realizado no dia 31 de janeiro. 


Para Sandro Gamba, porém, a redução da Selic não deve ter um impacto significativo nas taxas de juros de produtos de crédito imobiliário, como o crédito com garantia de imóvel. “A redução da Selic é positiva, mas não basta para baixar a taxa de crédito imobiliário a curto prazo. Outros critérios devem ser levados em conta, assim como outros indicadores além da Selic”, justifica. 

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