Após um ano estacionada em 13,75%, a taxa Selic sofreu um corte de 0,50 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no início deste mês. A última vez em que o BC reduziu a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
A taxa básica de juros é o principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação, ao influenciar o nível de todas as demais taxas praticadas no mercado. Quando os juros sobem, fica mais caro para famílias e empresas buscarem empréstimos para consumir e investir. Quando os juros caem, como agora, é esperado efeito contrário. Em Goiânia, o diretor administrativo da Opus Incorporadora, Igor Alves do Prado, exemplifica isso. “A maioria das instituições financeiras utiliza a Selic como referência para os contratos de financiamento de imóveis. Uma Selic menor indica taxas de financiamento também menores”.
Quem já tem um contrato de compra de imóvel vigente pode ser beneficiado pela redução dessa taxa também. “Com uma taxa Selic menor, consequentemente os contratos de financiamento imobiliário terão taxas menores, o que reduz as parcelas a serem pagas pelos clientes, as parcelas tendem a ser menores, cabendo mais no bolso do consumidor. Isso ajuda, inclusive, na redução dos distratos”, esclarece o especialista no mercado imobiliário.
Segundo o Boletim Focus do último dia 7 de agosto - pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos - a previsão é de corte na taxa Selic de 0,5 ponto percentual nos próximos meses, chegando a 11,75% ao fim deste ano. Para o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica de juros caia para 9% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é a Selic em 8,5% ao ano, para os dois anos.
O diretor da Opus Incorporadora ressalta que essa queda favorece o setor imobiliário. “Esse é um mercado que depende muito do crédito. O cliente que compra na planta, paga de 20% a 40% do valor do imóvel durante a construção e a maior parte quando o empreendimento for entregue. Ter uma taxa mais atrativa para o financiamento imobiliário, garante ao comprador que sua renda terá mais capacidade para pagar as parcelas, isso traz segurança e tranquilidade para fazer a aquisição. Se continuar a redução da taxa Selic, devemos ter um estímulo para a aquisição de imóveis”, conclui Igor do Prado.
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