Símbolo de modernidade em empreendimentos de médio e alto padrões, a cozinha americana chegou com tudo ao segmento econômico. Nas unidades mais compactas, com cerca de 50 metros quadrados, como as enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), a sensação de amplitude é a principal vantagem da integração da sala com a cozinha. Quanto menos parede, melhor a funcionalidade do imóvel, apostam as construtoras que investem nessa tendência.
No empreendimento Campo Real, em Campo Grande, todas as 168 unidades terão cozinha americana, mas os clientes podem optar por fechar o espaço. Em pesquisa feita com todos os compradores, a The INC, responsável pela obra, constatou que apenas sete clientes preferiram ter a cozinha fechada.
— A maioria viu vantagens na integração da sala com a cozinha que mostramos no apartamento decorado. As unidades de metragens pequenas ganham amplitude e possibilidades de decoração, garantindo um ar mais moderno ao imóvel. Isso chama a atenção do público — acredita o gerente Comercial da empresa, Felipe Lemos.
A exclusão de uma parede na planta gerou economia e possibilitou incluir itens mais sofisticados na cozinha, afirma Lemos. Nas unidades do Campo Real, o ambiente ganhou uma bancada de granito na divisão com a sala para pequenas refeições. As unidades estão enquadradas no MCMV e têm previsão de entrega para o início do ano que vem.
— As cozinhas americanas vieram para ficar. Nos próximos empreendimentos, vamos continuar seguindo essa tendência — afirma Lemos.
A CAC Engenharia adotou a planta com cozinha americana em todos os projetos lançados nos últimos dois anos. No Rio, as unidades que dispõem da integração dos espaços estão no Nova Vita, em Irajá, e no Liberty Colubandê, em São Gonçalo, ambos enquadrados no MCMV e com preços entre R$195 mil e R$250 mil.
A cozinha americana e a varanda gourmet tornaram-se os itens mais buscados pelo público que visita os estandes da construtora, principalmente os mais jovens, que representam a maior parte dos clientes da empresa, segundo Vanessa Fossali, coordenadora de Marketing da CAC.
— Pessoas de 25 a 45 anos são as que mais adquirem imóveis em nossos lançamentos. É um público mais antenado, que gosta de modernidade, e a cozinha integrada traz a sensação de algo mais moderno.
Para Juliana Furiati Lopes, gestora executiva de Produto MRV, há uma mudança cultural que se intensificou depois da pandemia. A cozinha, antes um espaço apenas para preparar refeições, vem sendo valorizada como uma área também social, por fazer parte da sala.
— A bancada entre cozinha e sala serve para fazer refeições, um arranjo que, mesmo em metragens menores, possibilita comer à mesa. E ainda há possibilidades de personalização, aliando a decoração dos dois ambientes — destaca.
A MP Construtora tem priorizado a oferta de unidades com cozinha americana nos empreendimentos enquadrados no MCMV, mas não se obriga a disponibilizar esse tipo de planta em 100% dos apartamentos. O critério de oferta do modelo é definido em função da viabilidade financeira e do público-alvo dos empreendimentos.
Porém, tem disponibilizado a integração dos ambientes em seus últimos lançamentos: Jardim Pendotiba 2 e 3, em Niterói, e Water Park Pendotiba Resort e Jardim Central 3, em São Gonçalo, segundo Silani Ferrara, gerente de Incorporação da empresa.
— No segmento econômico, a eliminação da parede, ou de parte dela, entre a cozinha e os espaços que se conectam a ela, além de trazer ganho de área útil, permite a continuidade visual entre os ambientes e valoriza os apartamentos, que ficam mais modernos e funcionais — ressalta Silani.
Ambientes abertos produzem bem-estar
A integração da sala com a cozinha é ideal para apartamentos compactos
Modelo faz sucesso junto aos clientes do segmento — Foto: JERONIMO DA VEIGA/ DIVULGAÇÃO
Modelo faz sucesso junto aos clientes do segmento — Foto: JERONIMO DA VEIGA/ DIVULGAÇÃO
A cozinha americana está presente nas plantas da Jeronimo da Veiga desde que a construtora lançou seu primeiro empreendimento enquadrado no Minha Casa, Minha Vida. O diretor Comercial da empresa, Maurício Corrêa, observa que esse tipo de planta sempre faz sucesso, o que motiva a oferta de plantas com integração dos espaços em seus lançamentos.
— Quanto menos paredes, melhor é a sensação de estar no imóvel, que fica visualmente mais amplo, iluminado e bonito com o modelo de cozinha americana. Em apartamentos mais compactos, isso é muito bem-vindo pelos clientes.
É possível estar cozinhando e interagir com outra pessoa que esteja na sala — pontua Corrêa.
Segundo o arquiteto Marcelo Córes, há uma gama de sugestões para tornar essa integração mais confortável e funcional para os moradores. Uma das dicas é investir na iluminação e no revestimento de paredes para dar um toque diferenciado.
— Nos ambientes integrados, o ideal é que a decoração esteja em sintonia. Para as cozinhas, a sugestão é colocar azulejos apenas nas áreas molhadas, por exemplo, em cima da pia. Nas outras paredes, podem-se combinar revestimentos de acordo com as opções escolhidas para a sala — sugere Córes.
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